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Proclamação da República


Dia 15 de novembro, Brasil comemora a proclamação da República que aconteceu em 1889, por Marechal Deodoro da Fonseca.Contudo, será que temos motivos para comemorar o dia em que o Brasil deixou de ser o décimo primeiro império mais importante da história do mundo e passou a ser uma república, exilando a Família Imperial?

Os principais membros da Família Imperial que conhecemos foram D. Pedro II e a Princesa Isabel. Vamos aprender um pouco mais sobre eles em outro post. Mas por hoje, podemos dizer que D. Pedro II foi coroado no dia 18 de Julho de 1841 aos 15 anos de idade. Ele só deveria ser coroado aos 18 anos, mas devido a muitas guerras internas tiveram que antecipar sua maioridade. O chamado ''segundo reinado'' durou 49 anos até a chegada da república. Já a princesa Isabel é conhecida por libertar os escravos, mas o povo sem conhecimento comete graves injustiças dizendo que ela assinou a Lei Áurea pressionada. Na verdade, ela era pressionada a não assinar. Seu próprio marido a alertou sobre o perigo das suas ideias abolicionistas. No dia da assinatura da lei, o Barão de Cotegipe (escravocrata) disse a ela a seguinte frase: “Vossa Alteza libertou a raça, mas perdeu o trono.” E ela respondeu: “Se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil.” Infelizmente foi o que aconteceu. Um ano e meio depois com a proclamação da República a princesa perdeu o trono.

O que podemos dizer da República é que ela nasceu do racismo - tiraram o apoio da monarquia porque libertou os escravos. Do machismo - não aceitavam ser governados por uma mulher. E da sede de poder.
Os republicanos se reuniam secretamente tramando, inclusive, assassinar toda a família imperial. Só não o fizeram com medo da reação popular. A família imperial teve poucas horas para deixar o Brasil e o exílio só teve fim em 1920, com um decreto do presidente Epitácio Pessoa.

O próprio Marechal Deodoro declarou que a República seria a ruína do Brasil, mas pressionado acabou por proclamá-la. Ruy Barbosa que redigiu o decreto da República também se arrependeria mais tarde fazendo a seguinte declaração: “No outro regime - a monarquia - o homem que tinha certa nódula em sua vida era um homem perdido para todo sempre, as carreiras políticas estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante como um farol que não se apaga em proveito da honra, da justiça e da moralidade; era o Imperador D. Pedro II.”

Com D. Pedro II partiu também o sonho de se construir em bases sólidas e justas uma grande nação. Roubava-se do Brasil, com a derrubada da monarquia parlamentarista, a forma de governo mais moderna e democrática já concebida em todos os tempos. O mesmo parlamentarismo monárquico que permanece em 18 das 25 nações mais desenvolvidas do mundo. A figura do imperador e de tudo que ele representava foi substituída por uma república caudilha, instável, violenta, vulnerável e muito corrupta - como todas que proliferavam no continente. Frequentemente assaltadas por golpes de estados; ditaduras; rebeliões militares ou estados de sítio. O rei, que por estar acima dos interesses partidários, soluciona os conflitos com isenção e experiência pensando sempre nas futuras gerações e não nas eleições seguintes, cedeu lugar a presidentes eleitos, sujeitos a compromisso de toda ordem impostos pela própria prática das campanhas eleitorais.

Golpes; ditaduras; censuras; corrupções sem punição veio junto com a República, mas a dignidade; honestidade e o sentimento democrata acompanharia a família imperial por gerações. Após o exílio, um grupo de militares convidou o bisneto de D. Pedro II, Pedro Henrique de Orleans e Bragança, a dar um golpe de estado e restaurar a monarquia, porém  ele recusou dizendo que não usaria do mesmo artifício da República e que só subiria ao trono pela vontade do povo. 

Durante 99 anos de República a cláusula pétrea proibia no Brasil qualquer manifesto monarquista. Esta cláusula só foi extinta na constituição de 1988. Somente 104 anos depois, em 1993 o povo foi perguntado em um plebiscito se queria a volta da monarquia, mas predominou a ignorância. Ouvia-se nas ruas que com a volta da monarquia voltaria a escravidão. Teríamos que andar de carroças e outras coisas deste tipo. Claro, a República teve 99 anos de liberdade para ridicularizar a monarquia e durante este período a monarquia foi amordaçada.

E agora depois de ler isso você acha que a proclamação da República deve ser comemorada?

Felipe de Almeida Amaro

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